PSICOGRAFIA

Roberto Ribeiro De Luca

Nunca existiu uma invejosa como Zilda.
Da infância modesta (à sombra de bons parentes)
à estância com giestas, lago e sementes,
vive a esperar na boca de cena o fastio da

sua imaginária adversária: a alheia vida.
Da finória ouve futrica e estende-lhe a mão,
transidas de escória, à mesa juntas vão:
- Notícias, notícias da prima falecida!

Obediente à Pombajira da Fofoca,
que trabalha corrompida, essa "Jira" evoca.
E entre a prece, ela engasta um sorriso... e urra,

pois dor ardente, que aquece, vem-lhe à cara.
Nessa hora comovida o aviso se declara:
“Zilda querida, você merece uma surra.”