ORAÇÃO À NATUREZA

Roberto Ribeiro De Luca
Esvai olor de mel que ninguém jamais sentiu
rórida camélia no dossel esplendoroso.
Graveto em rodopio, que do ipê já se partiu,
cai à flórida cortina, daí pende assaz brioso!
Elfos pulsam... No ar, transe mediúnico.
Fadas anelam boa festa iniciar.
Magia sem par: efeito cego, lúdico...
Presto, o fogo o estro a agigantar!
Esvai olor de mel que ninguém jamais sentiu
rórida camélia no dossel esplendoroso.
Ondas de calor estão presentes.
As comas já farfalham suaves.
Sussurros às tontas, indecentes,
impam mágoas, vencem entraves!
Esvai olor de mel que ninguém jamais sentiu
rórida camélia no dossel esplendoroso.
Com alma, e leme, o espeto quer suporte,
ditoso esconderijo para sanha ou afoiteza.
Num regozijo lasso, mata infrene a morte,
esgota o rio viscoso e salva a natureza!
Esvai olor de mel que ninguém jamais sentiu
rórida camélia no dossel esplendoroso.