Poesias

A CALÚNIA

Roberto Ribeiro De Luca

 
Dói qual bala e sal corroendo a testa rasgada
a calúnia soprada pelo pulha derruído,
ácido e cal deitados à criança imaculada,
agulha - ou pua - que estoura o olho enternecido.

Gerada nas frias trevas, almeja sujidade e dor,
imiscuindo-se em lides chãs de malfeitores falsos.
É a peleja ordinária da cidade do interior,
o repique dos tambores, voz malsã dos cadafalsos!

Iniquidade a mantém, com assassinos se entende.
Ignora moral, lealdade, ou qualquer princípio egrégio.
Cultua intriga colossal, própria do canalha doente,

com argumentos baculinos e elogios comezinhos.
Indômita, ante a brisa, perpetua sacrilégio:
pulveriza nossa honra…e espalha os pedacinhos!